Sua figura de bestialidade mítica
feminina. Os pelos que brotavam da carne vulvária se abriam como as plantas
buscando o sol, como um prado curvado às hélices metálicas de um helicóptero.
Suas bocas, todas, arfavam em respiração ofegante.
Uma vez deixei a chave do lado de
dentro. Estilhacei uma báscula e entrei pela janela. Nas chuvas da minha promessa
adiada de recolocar o vidro, muitas vezes, como um hálito sujo, o vento puxava
as cortinas pra fora, sugava as cortinas pra fora.
Assim também o fez ela.
Seus peitos grandes e listrados como
uma zebra se assentavam quando ela deitava. Duas bolhas flácidas, adiposas. Os
mamilos se contradiziam ao dar as direções.
Seu corpo tombado era de mérito
turístico. No interior das coxas, duas manchas pretas de queimaduras. Seu sabor
se assemelhava muito ao de muitas outras.
Mas diferente de tantas plantas
que florescem a beira-estrada, ela me tomou. Ela me subjugou. Ela me comeu.
Seus músculos vaginais moeram as aldravas duma passividade atribuída, moeram a
minha pica, reduziram a pó e cinza minha fé de raízes rasas.